Aprender. Compreender. Aceitar. Crescer. Esquecer.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Segredos da vida...


Existe sim algo pior do que ter que desistir de algo por achar que isso nunca vai ser seu. E isso é saber que todo mundo acha que isso deve ser seu, inclusive você, mas a única pessoa que pode dizer não nisso tudo o faz.
Eu nunca tinha experimentado essa sensação tão intensamente até hoje. Sim, hoje eu me permiti, ao experimentar isso, chorar sozinha no banheiro e expor o que eu sinto para terceiros. Eu me permiti sentir-me frágil com alguma audiência. Mesmo em um “nossa, você parece mais triste... tirou a maquiagem e tudo, o que houve?” dava pra notar que estava óbvio que eu não estava bem. Que eu não estou bem.
Eu comecei a minha fase de negação. E sim, estava bem com ela, afinal em um almoço, afinal em comportamentos teoricamente românticos... eu quase não senti nada. Quase. Confesso que, por alguns minutos, senti sim borboletas. Mas elas foram tão ligeiras e não deixaram rastros. Eu fui capaz de agir de maneira que nem eu pensava e sem me forçar a isso, apenas deixando rolar. Eu comecei a realmente negar gostar e estava funcionando.
Estava, até um telefonema. Até eu ouvir tudo o que, no fundo, sempre quis ouvir em anos. E, mesmo sabendo que falta apenas uma pessoa concordar com tudo o que foi dito... A negação sumiu, o coração disparou e se apertou. A reação? Primeiro um grande susto que acabou virando uma crise de choro no banheiro. Me senti em um daqueles filmes onde a mocinha fecha a porta do banheiro e escorrega chorando até o chão. Sim, foi isso o que aconteceu. E ali eu fui frágil e chorei como eu queria há tempos. Quem sabe há anos?
Mas logo a vida me chamou e mandou eu voltar para meus eixos, voltar a ser a profissional competente, voltar a esquecer a dor de amor e eu juro que tentei. Primeira pessoa que vi... se espantou pelas minhas lágrimas, afinal nunca me viu chorar por amor, sempre fui uma pedra fria. Pedra de gelo, exposta a intenso calor se derrete em um segundo... é, pode ser algo assim. E eu comecei a chorar novamente, sem conseguir controle... e curiosamente ouvi algo que me deixou mais ainda sem entender minhas lágrimas. “Poxa, esse cara é foda, pra conseguir te deixar assim...” e eu ali louca querendo sumir, querendo parar a dor e o choro.
Mas acho que o mais triste disso tudo talvez tenha sido o que me aconteceu minutos depois. Foi a vez de fingir estar tudo bem, ser forte e nada disso aconteceu, foi a segunda vez de atender ao telefone, digamos assim. E por mais que eu tenha saído de uma crise de choro, eu estava sorrindo pateticamente como menininha apaixonada. Mas eu tentei ao meu máximo não deixar isso influenciar a conversa, não toquei no assunto. Se funcionou? Não sei, conhecemos muitas nuances um do outro e isso às vezes me preocupa demais.
Espero que eu tenha conseguido enganar, que tudo o que me aconteceu não tenha passado pelo telefone. Talvez o fato de um amigo ficar me fazendo ficar com vergonha tenha me ajudado, pois utilizei-me disto para sair pela tangente (afinal é tãããããããão fofo me deixar vermelha e envergonhada... #not) e fingir estar tudo bem.
Eu não sei bem explicar, sei que mesmo na minha comemoração noturna de aniversário isto ainda estava na minha cabeça. Por mais fodas que sejam os meus amigos, eles sempre fazem questão de fazer pouco caso desse meu assunto amoroso não resolvido. Eu sei que é pelo meu bem, eu sei que eles acham que eu mereço algo diferente; algo melhor. Mas o que nenhum deles parece entender é que eu acabo me ofendendo com tudo isso, é que meu coração dói, é que eu sou realmente apaixonadinha.
Dias atrás, numa mesa de bar com cinqüentões (e lá vou eu sendo arrastada para o bar pelo chefe... adooooro!) eu ouvi coisas como “antigamente a gente tinha mesmo que gostar da pessoa, não tinha essa coisa de ficar, não tinha nada disso que vocês hoje em dia tem. E nisso a gente tinha que respeitar, a gente tinha que gostar de verdade. Vocês hoje jovens não sabem o que é se apaixonar, o que é querer passar o resto da vida com alguém” e coisas nesse nível. E eu, na minha típica reação, me calei e deixei a mente livre.
Sei que fiz algumas muitas burradas na vida, algumas delas que foram inclusive contra a minha ética, mas quando eu me vi naqueles sapatos descobri que não é tão simples assim e me considero uma pessoa extremamente forte. Mas eu também sei que eu namorei pouquíssimas pessoas e que quando eu decidi largar mão de tudo e apenas estar com alguém pra não ficar sozinha eu levei um dos maiores golpes da minha vida.
Mas eu também sei que, mesmo não querendo nada, esse certo alguém que habita meu coração me fez, por duas vezes, terminar meu namoro e desistir de tudo o que eu estava começando a aceitar como futuro, como vida.
E eu sei também que eu desisti de correr atrás de algumas coisas. Sinto saudades, sinto vontades? Claro, eu ainda tenho hormônios e tenho 26 anos! Mas qual a razão de um beijo apenas pela sensação física? Qual a razão de se esfregar com alguém apenas por um momento? Eu quero flerte, eu quero conquista, eu quero algo que seja mais do que “one night stand”. Conforme amigas, eu quero o impossível nessa sociedade atual.
Mas já chegou a hora de colocar um lindo sorriso amarelo neste rosto e me preparar para contar como foram boas minhas festas de aniversário, como eu adorei o dia de ontem e ignorar aquela ligação e o quanto ela mexeu com meu coração. Não posso fazer nada além disso, não devo fazer nada além disso. Devo deixar isso se aquietar e esquecer. Não falo de um ou dois anos, eu falo de sete se somarmos o tempo todo. Eu falo de seis se esquecermos o breve namoro. E eu não falo apenas de amizade. Tivemos momentos e momentos.
Acho que é hora da menina que ficou jogando sério voltar. A mesma que não se derreteu pelos olhos castanhos escuros e não ficou sem graça. A mesma menina que levou tudo com tranqüilidade. A mesma mulher que conseguiu ignorar aquilo que estava doendo no peito.
Quem sabe se tudo isso não tivesse acontecido eu estaria melhor. Talvez seja a hora de acreditar que nada disso aconteceu. Mas como esquecer algo que agitou tanto assim o coração? Segredos da vida. Segredos que eu preciso aprender urgentemente.

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